Foto por Fabio Peixoto 0197

Mostras marcam a retomada das obras de instalação do museu

O Museu Nacional da Cultura Afro­Brasileira (Muncab), mesmo em processo de conclusão de obra, será reaberto ao público a partir do dia 12 de julho, exibindo como atrativo duas mostras que tem o futebol como temática central. A primeira mostra, intitulada Barbosa, um goleiro no imaginário popular, discute sobre o gol sofrido pelo Brasil na partida que decidiu a Copa do Mundo de 1950, na visão livre de diversos artistas plásticos de Salvador. Já a segunda mostra, nomeada Pop Futebol Clube e Torcidas Organizadas, reúne trabalhos do artista plástico carioca Antonio Miranda, destacando a fusão do comportamento lúdico dos torcedores de futebol com elementos da cultura brasileira. O patrocínio do projeto Museu em Processo, que mantém o Muncab em atividade mesmo em fase de instalação, é da Petrobras.

Além da programação expositiva com foco no futebol, o Muncab estará apresentando, também, a partir do dia 12 de julho, uma mostra do seu acervo, que abrange cerca de 260 obras relacionadas com a ancestralidade africana e a contemporaneidade, adquiridas como primeira coleção do museu, em 2011; e uma exposição intitulada Cabeças de Orixás, de autoria do artista plástico Antonio Miranda, que traduz a representatividade de sete orixás do candomblé, absorvendo signos da cultura popular brasileira.

As quatro exposições, apesar de diferentes na proposta, têm em comum a ênfase na valorização e difusão de aspectos da cultura de matriz africana, destacando a sua influência sobre a cultura brasileira. Através de documentos, fotografias, arte religiosa, esculturas, pinturas, ourivesaria e arte contemporânea de diversos artistas nacionais e estrangeiros, o Muncab consolida, assim, a sua preocupação em colaborar para a construção de um lastro cultural africano na Bahia e no Brasil.

O processo de construção do Museu Nacional de Cultura Afro Brasileira teve início  em 2007 com as obras de restauração do prédio do antigo Tesouro, localizado no Centro Histórico, nas imediações da Igreja D’Ajuda. Em 2009, ainda em obras, o Muncab realizou a sua primeira exposição: “O Benin Está  Vivo e Ainda Lá” . Sucesso de público – foi vista por cerca de 10 mil pessoas – a mostra ajudou a definir o papel do Muncab como referência cultural no cenário afro-brasileiro . Uma nova exposição foi realizada em 2011, na conclusão de mais uma etapa de obras do Muncab.

O museu vive agora o seu momento final de construção, devendo ser totalmente concluído até o final do ano. Nesta etapa, serão realizadas obras de construção civil, elétrica e hidráulica no prédio principal e no anexo, onde funcionará a parte administrativa do museu. Além disso, na área externa, será implantado o portal “Histórias de Ogum”, de autoria do artista plástico baiano J. Cunha.

A ideia do projeto do Muncab, como explica o seu coordenador, José Carlos Capinan, é fazer do museu um verdadeiro centro de referência da herança cultural africana. Enquanto as exposições temporárias enfocarão o trabalho de artistas ligados ao universo da afro-brasilidade, o acervo da casa será dividido em módulos, privilegiando desde a estética negra à religiosidade afro-brasileira, passando pelas contribuições africanas à língua brasileira e personalidades negras. 

X