Artur Timótheo
Arte do Século XIX
Materiais: Oleo, madeira, marco.
Dimensões: 60,5cx54cm
Pintor, decorador e cenógrafo. Nascido de família pobre e numerosa, era irmão mais novo de João Timótheo da Costa; como ele, iniciou seus estudos na Casa da Moeda, como aprendiz de desenho de moedas e selos. Paralelamente, trabalhou por cinco anos com o cenógrafo italiano Oreste Coliva, adquirindo uma certa dramaticidade que viria a influencer sua obra. Em 1894, ingressou, juntamente com seu irmão, na Escola Nacional de Belas Artes, onde foi aluno de Daniel Bérard, Zeferino da Costa, Rodolfo Amoedo e Henrique Bernadelli. No salão Nacional de Belas Artes de 1906, recebeu uma menção honrosa de primeiro grau e, no ano seguinte, após a desistência de Eduardo Bevilacqua, conquistou o prêmio de viagem à Europa. Instalou-se em 1908 em Paris e expôs no Salon, mas também percorreu a Espanha e a Itália antes de retornar ao Brasil em 1910. Voltou novamente à Europa em seguida, cotratado pelo governo brasileiro para colaborar, junto com seu irmão e com Carlos e Rodolfo Chambellant, com os trabalhos decorativos do pavilhão brasileiro na Exposição Internacional de Turim de 1911. Obteve no Salão Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro, a pequena medalha de prata em reduzida nos últimos anos de vida e faleceu no Hospício dos Alienados do Rio de Janeiro. Dedicou-se especialmente à pintura de figuras e paisagens, destacando-se nos nus femininos e retratos. Atribui-se a ele uma tendência pré-modernista nas obras da maturidade, que se aproxima para José Teixeira Leite, “do Expressionismo ao fazer uso de um colorido dramático, de um desenho quase taquigráfico e de uma caligrafia pictórica nervosa e encrespada”, gerando reações de repúdio de comentadores contemporâneos, que lhe atribuíram falas de desenho e volumetria. Contudo, segundo o crítico, Arthur Timótheo “nunca pautou sua arte pela cega obediência aos cânones acadêmicos, pouco lhe importando a fidelidade ao modelo ou a plasticidade de suas figuras. Toda a sua preocupação ia, muito ao contrário, para a cor e para a textura, e através dela, para a expressão.”