O antigo prédio do Tesouro, sede do Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira(MUNCAB), localizado no Centro Histórico de Salvador, na manhã do último sábado (26), foi palco da Assembléia Geral Ordinária da Sociedade Amigos Da Cultura Afro-Brasileira (AMAFRO), instituição responsável pela instalação do MUNCAB na Bahia. Durante a assembléia, os associados, parceiros, diretores e colaboradores discutiram sobre os planos de metas, balanços anuais, relatórios financeiros e elegeram os novos membros da direção e conselheiros, além da aprovação da proposta de anuidade paga pelos associadaos da AMAFRO de R$ 10,00 para ajudar no custos internos da organização e a institucionalização do MUNCAB com a elaboração do projeto de lei tornando-o um museu de âmbito nacional, público e federal.

O compositor e poeta, José Carlos Capinan, reeleito à presidência da AMAFRO, ressaltou as difuldades encontradas na aprovação dos projetos culturais e disse que a instalação do Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira exige muita ginga, muito jogo políitico. “O Museu é uma casa do conhecimento. O MUNCAB não pretende tomar as narrativas museológicas apenas como memória.Afinal de contas, essas memórias servem muito para orientar as perspectivas do futuro. Não podemos esquecer que uma das grandes contribuições da cultura afro-brasileira foi a construção da alteridade. O negro se integrou à sociedade brasileira deixando um legado indiscutível para a formação do país”, explicou o tropicalista.

Nesse processo de instalação do MUNCAB, a senadora Lídice da Mata tem sido um braço direito irtemediando junto com outros deputados baianos, como Nelson Pelegrino e Valmir Assunção, perante os técnicos do Ministério da Cultura para liberação da segunda parcela do projeto. Após homenagem recebida pelos associados da AMAFRO, Lídice da Mata disse que a transformação do MUNCAB em um museu nacional da cultura afro-brasileira na Bahia apresenta-se como projeto essencial para o país. A senadora informou que encomendou uma pesquisa ao Senado com o objetivo de avaliar a opinião dos brasileiros sobre as áreas de investimento público no Brasil.Segundo essa pesquisa, os brasileiros consideram a educação, a saúde e a cultura como setores prioritários. ” Cultura deve ser entendida como atividade econômica, como fonte geradora de emprego e renda!”, pontuou Lídice, declarando a concessão de uma emenda parlamentar no valor de 200 mil reais para auxiliar nas despesas da AMAFRO.

O empresário do restaurante Cantina da Lua, localizado no Pelourinho, Clarindo Silva, enfatizou sobre a importância da instalação do Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira para a revitalização do Centro Histórico da capital baiana.” O prédio do Tesouro estava entregue às ruínas . As reformas que já foram feitas e a abertura agora em novembro em comemoração ao Ano Internacional dos Afrodescendentes foi uma demonstração de resistência, de luta. O Pelourinho é o coração desse país e o coração não funciona quando suas artérias estão com problemas”, frisou em discurso emocionado, Clarindo Silva.

O projeto museológico do MUNCAB propõe a criação de um museu dinâmico, um museu que não se restringe ao passado e que irá dialogar com as linguagens artísticas como o teatro, a dança e a música possibilitando uma maior integração entre o espaço museológico e as escolas públicas, as comunidades carentes e os grupos étnicos como quilombolas e indígenas.” Vamos trazer os profissionais e mestres para o MUNCAB . Vamos criar também a TV MUNCAB e usar o espaço do museu como universidade livre, como grande palanque de efetivação da lei 10.639!”, frisou o apresentador, professor de língua portuguesa e integrante da amafro, Jorge Portugal.

Assessoria de Comunicação/ Jaqueline Barreto

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