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A ideia dessa mostra é expor a simbologia de sete orixás do universo religioso afro-baiano. Não exatamente orixás, mas inquices, já que o tema retratado tem a ver com o candomblé da nação Angola. As cabeças foram todas confeccionadas em sabão da costa, de uso sagrado pelos adeptos do candomblé, e retratam Xangô, Yemanja, Oxum, Oxossi, Ibeji, Oxalá e Exu. Chamadas de “Iba-Ori”, as cabeças de orixás não estão presas, contudo, a uma abordagem religiosa. Em sua leitura, o artista carioca Antonio Miranda, que idealizou a exposição, incorpora livremente elementos diversos para compor suas figuras. Exu, por exemplo, tem como característica visual o cabelo composto por garfos de plástico usados em festas de aniversário. Bonequinhos de brinde da rede Mc Donalds enfeitam a cabeça de Ibejis, orixá/inquice associado às crianças. Segundo Miranda, o uso desses elementos desmistificam a austera concepção de deuses: “São deuses sim, mas são também homens, são gente, tem características humanas, positivas ou negativas”, justifica ele, lembrando que Oxalá surge associado ao mundo do futebol, com um globo terrestre na cabeça e pequenos jogadores em cima. “Oxalá é a paz e é também o congraçamento e união dos homens de diversas origens, o que é uma característica do futebol, sobretudo quando falamos de Copa do Mundo”, observa o artista.

Projeto de afirmação cultural

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